Mentores

Álvaro Dinis Mendes

Natural de Guimarães, decidido a devorar o mundo à mordida. Embaixador da comida vegetariana, trabalha criativamente os produtos biológicos e locais, de forma a potenciar a naturalidade e expressão de cada alimento. Desde jovem que trabalha na pastelaria/padaria,sendo estes pilares de aprendizagem importantes até hoje. Há uma década que integra o restaurante Cor de Tangerina (Guimarães) do qual foi um dos fundadores, é o director actual e chef de cozinha.

Chef e membro fundador do SlowFood Porto, pretende seduzir pela comida as bocas mais exigentes e cépticas e lançar-se na curva vertiginosa da experimentação gastronómica constante.

Comer é para ele um acto de amor e partilha, através do qual procura o equilíbrio dentro do ruído dos tempos modernos. É formador há mais de 10 anos na área da gastronomia e tem participado em inúmeros eventos como “Minho Gastronómico”, MYCCA (Young chef award) como júri, e juntamente com a chef Liliana Duarte, lidera o projecto Cor de Tangerina, vencedor do prémio nacional “7 maravilhas da nova gastronomia”, em Portugal, na secção vegana.

Iniciaram, em 2022, o conceito de Residências Gastronómicas – alocados ao mote Amar o Minho, de forma a integrarem jovens em percursos de descoberta e pedagogia da Gastronomia. Participou, juntamente com a empresa Onda Amarela no projecto Aldear, numa lógica de envolvimento comunitário em torno de algumas aldeias isoladas de Portugal. 

Liliana Duarte

Liliana Duarte vive e trabalha em Guimarães. É uma das responsáveis pelo projecto Cor de Tangerina, onde exerce funções como Chef de Cozinha e Educadora Social. Formou-se em Educação Social pela Escola Superior de Educação do Porto e, após essa etapa educativa, lançou-se a trabalhar e viver no México, onde exerceu actividade como Educadora Social, num orfanato da Cidade do Mexico; também aí teve oportunidade de praticar as artes da culinária. Foi a criadora do Serviço Educativo Cor de Tangerina em 2011, co-fundadora do Mercadinho (Mercado Biológico de Guimarães) e, no Cor de Tangerina, coordena a preparação da ementa gastronómica que reflecte os princípios do Comércio Justo, do Slow Food e da Agricultura Biológica. A sua aprendizagem culinária acontece ao longo de 12 anos de trabalho e formações diversas, nomeadamente em pão biológico e massas de fermentação natural. Nos últimos anos desenvolveu formações em torno do público júnior e sénior para a promoção de competências culinárias em escolas, museus e instituições de âmbito social e/ou ambiental. Tem desenvolvido, em parcerias várias, intervenções alimentares com fundo artístico, como o Mimosa freak dinner (2014) e Na saga da bolota (2016). Em 2017 foi oradora no TedX Guimarães sobre a temática lucro emocional na gestão empresarial. Em 2018 incorporou a delegação portuguesa Slow Food no Festival Internacional Terra Madre, liderando a equipa culinária,  em Turim (Itália). Editou um livro de pesquisa etnobotanica há dois anos,  denominado Paladário, sobre a herança alimentar vegetal na região do Minho. Foi a única e primeira mulher no Primeiro Simpósio Internacional Gastronómico do Alto Minho. O seu trabalho e investigação focam-se actualmente na educação alimentar e comunitária. Em oficinas práticas e/ou teóricas, procura reflectir os momentos de encontro entre os paladares e a sua ligação emocional com as pessoas e os territórios. 

Concilia a educação, a psicologia e a cozinha, numa sinergia constante, viva e dinâmica. Acredita que comer é um gesto revolucionário, que cura e transforma.

Renato Cunha

Com espírito empreendedor e uma vida multidisciplinar, divide otempo entre o Ferrugem, um projeto de restauração desde 2006, a docência no ensino superior e as atividades ligadas à terra, como a horta biológica, o alojamento local em ambiente rural e o projeto #ircomsedeaopote, eleito “Melhor Experiência Turística” do Minho, em 2022, pelo Consórcio Minho IN. Em 2016 foi distinguido com a Medalha de Mérito Municipal Económico pela Câmara de Famalicão e, em 2023, recebeu a Medalha de Mérito Cultural na sua terra natal – a Vila de Ribeirão.

Nutre igual interesse pela área dos vinhos, lecionando Enogastronomia e tendo sido várias vezes premiado em concursos de harmonização de gastronomia e vinhos, assim como jurado em concursos do mesmo âmbito. Em 2012, foi eleito Chefe de Cozinha do Ano, pela Revista Wine, e, em 2017, o Ferrugem foi eleito Restaurante do Ano, pela Revista Vinho Grandes Escolhas. Ainda nesta área, com o Ferrugem conquistou o diploma de ouro nas últimas edições do Concurso Gastronomia com Vinho do Porto, assim como quatro diplomas de ouro em cinco participações no Concurso Vinhos Verdes e Gastronomia.

Tem também no seu currículo múltiplas participações em atividades como o “Congresso Nacional de Cozinheiros”, “Peixe em Lisboa”, iniciativa PortugalFoods@ME (Hotel Hyatt Capital Gate, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos), “Wine in Azores”, “Vinho Verde Fest”, “Vinho Verde Wine Fest Brasil”, “Essência do Gourmet”, “Essência do Vinho”, “Fórum Gastronómico da Corunha”, “Sentir o Pico”, “UVVA – Universo do Vinho Verde Amarante”, Projeto “Património a Norte”, Projeto “Made in Tâmega e Sousa”, múltiplas palestras e várias conferências como as conhecidas TEDx.

Cozinheiro por vocação, gosta que o vejam como embaixador dagastronomia portuguesa. Para isso, atento ao que se faz em Portugal e no mundo, procura uma formação de banda larga, assente tanto no empirismo popular, como no conhecimento da alta cozinha e da academia. A cozinha que preconiza tem como principais ingredientes os produtos com identidade portuguesa e de preferência com origem numa agricultura sustentável (biológica ou biodinâmica) – uma cozinha manifestamente de raízes populares, com grande rigor técnico e temperada com criatividade e inovação.

O projeto – Cor de Tangerina

Raízes. As raízes foram o mote principal do Projecto Cor de Tangerina. Uma busca incessante pelas raízes dos desequilíbrios sociais e ambientais, da carência de alternativas gastronómicas, da necessidade de pensar o mundo de um outro prisma e de libertar padrões.Todas as casas contam histórias, a nossa não é excepção.

Todas as histórias são protagonizadas por pessoas que de algum modo transformam as casas. E, de certa forma, essas casas tornam-se lendas vivas, castelos andantes, de uma história colectiva que é o ímpeto do ser humano em deixar pegadas, em construir pilares fortes, paredes níveas com manchas de si mesmo, abrindo portas ao sonho e à concretização. Deste modo, o projecto Cor de Tangerina é a construção de uma casa, de um lar de projectos, um berço de intenções, uma sala de refeições, uma cozinha de experimentação, um jardim de desejos que conquistou espaço aqui mesmo: em torno desta mesma mesa onde se sentam todos os anos centenas de pessoas na busca de uma refeição, na busca de um sabor mágico, entre o prazer de ler e de saborear um pão criado de raiz.

Cor de Tangerina  iniciou  a sua atividade em Agosto de 2006.A nossa actividade estende-se em várias frentes. Por um lado, proporcionamos a venda directa de produtos de Comércio Justo e de Agricultura Biológica. Por outro lado, facultamos o serviço de restaurante/cafetaria/ pastelaria na vertente ovo-lacto-vegetariana, dando primazia à utilização de produtos naturais promovendo assim uma atitude mais solidária e abrangente nos caminhos da sustentabilidade.

Em simultâneo, apostamos cada vez mais em espaços de aprendizagem (Serviço Educativo), de forma a promover competências educativas em torno da natureza, alimentação e criatividade. Apostamos em cada prato o nosso maior empenho criativo e a subtil ousadia de quem, através dos aromas e cheiros, viaja. Estamos situados no coração da cidade de Guimarães, no topo da colina sagrada, bem em frente ao Castelo de Guimarães.  

Os Participantes das Residências Gastronómicas

Os participantes serão:

– Jovens estudantes/finalistas  na área da cozinha com residência no Minho;

– Chefs e cozinheiros/as locais;

– Agricultores

– Produtores em geral

– Investigadores

– Membros da comunidade